A Organização Mundial do Comércio regisou o avanço das exportações-importações brasileiras, de 2017 a 2021, de 24,3% para 39,2% do PIB. No período, cresceram as exportações de commodities e a importação de bens industriais. [Estadão, 25.12.2022.] Com uma média anual de crescimento de 0,26, de 2011 a 2020, a mais baixa desde 1901, os dados da OMC registram o avanço do peso das exportações-importações na economia nacional, no contexto de estagnação geral. Ou seja, o consumo interno perde crescentemente peso no país. O mesmo ocorrendo com a participação relativa e qualitativa da produção industrial. Acelera-se, portanto, a reversão do Brasil em uma nação “neocolonial globalizada - uma plataforma de exportação de produtos primários [grãos, minérios, energia, etc.] e produtora de bens industriais de baixo valor agregado. Tudo sob o controle do grande capital mundial. O decréscimo da importância do consumo interno permite a redução tendencial do mundo do trabalho a uma espécie de escravidão assalariada, já que a produção interna é consumido mais e mais no exterior. O que explica um salário mínimo tirânico de 1.320 reais anunciado pelo novo governo. Esse cenário não é recente. No geral, ele constrói-se desde a chamada redemocratização, em 1985. E nada aponta para a sua reversão. [MAESTRI, M. Revolução e contra-revolução no Brasil. [1530-2019]. Porto Alegre: FCM Editora, 2019.]
BRASIL: Uma Nação Neocolonial Globalizada
Atualizado: 13 de jul. de 2023
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